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Apanhada nas filmagens de um concerto, uma mulher russa disse adeus ao mundo

Apanhada nas filmagens de um concerto, uma mulher russa disse adeus ao mundo

Voltando para casa, Alyona Kazinskaya diz que apenas “abraçou todo mundo”.

Moscou:

A artista russa Alyona Kazinskaya gosta de preencher seu feed de mídia social com mensagens alegres e pinturas florais vívidas. Durante 30 minutos na noite da última sexta-feira, tudo se transformou em uma linha do tempo de terror.

Kazinskaya e um amigo compraram ingressos de última hora para ver o grupo de rock da era soviética “Picnic” se apresentar para 6.200 pessoas em uma sala de concertos perto de Moscou. Eles pensaram em levar as filhas, mas decidiram ir sozinhos.

Foi às 20h01 que Kazinskaya postou uma primeira mensagem de áudio de 10 segundos em seu canal Telegram, parecendo sem fôlego e assustada enquanto soavam fortes rajadas de tiros.

“Eu amo todos vocês. Estou no Crocus City Hall – Picnic. Eles estão filmando aqui, no show. Estou no corredor. Chame a polícia.”

Enquanto quatro homens armados armados com Kalashnikov invadiam o prédio, atirando balas nos espectadores, Kazinskaya se viu envolvida no ataque mais mortal à Rússia em 20 anos.

Até quinta-feira, 143 pessoas foram confirmadas como mortas no massacre, que foi reivindicado por militantes do Estado Islâmico, mas que a Rússia está tentando – apesar das negativas enfáticas de Kiev – vincular à Ucrânia.

Em entrevista à Reuters, Kazinskaya disse que entendeu rapidamente que os sons que ouvia eram tiros, não efeitos especiais. Com a amiga, ela tentou fazer com que as pessoas ao seu redor saíssem de seus assentos e corressem.

“Tentamos levantar as pessoas, conseguimos levantá-las, mas as pessoas já tinham corrido para a saída e não conseguimos passar. Naquele momento eles (os pistoleiros) entraram no corredor. Eu disse 'vamos rastejar'.”

MENSAGENS EMBALHADAS

Seu primeiro pensamento, disse Kazinskaya, foi sair do salão, a qualquer preço. “Meu segundo pensamento foi que estou vestindo branco, sou um bom alvo.”

Ela fez uma breve pausa e riu.

“E finalmente, o terceiro pensamento foi: vou escrever algo agora – sim, estou com medo, mas vou colocar essas mensagens no meu canal (Telegram) porque assim alguém, em algum lugar, definitivamente irá ouvi-las, encontrá-las. e ligue para alguém.”

Às 20h08, ela escreveu três mensagens em rápida sucessão, embaralhando as letras enquanto seus dedos tremiam ao telefone.

“Por favor, ligue para a polícia!!!!!”

“Câmara Municipal de Açafrão”

“Tiroteio”

A essa altura, os dois já haviam escapado do corredor, mas ainda estavam presos dentro do prédio. O tiroteio parou, mas agora havia outro perigo.

20h17 Uma mensagem de áudio de uma palavra. “Fogo!”

Os homens armados usaram gasolina para incendiar a enorme sala de concertos. Os dois amigos se refugiaram em um banheiro. Havia fumaça por toda parte. Tentaram sair meia dúzia de vezes, mas não conseguiram ver nada e tiveram que recuar continuamente.

Kazinskaya estava perdendo as esperanças.

Às 20h23 ela deixou uma mensagem de áudio de quatro segundos que achou que seria a última.

“Eu te amo. Adeus.”

Desorientados, os dois se encontraram em outro banheiro onde mais pessoas estavam escondidas. Havia um homem lá que disse que achava que poderia encontrar uma saída. Eles o seguiram e conseguiram escapar do prédio – mas mesmo assim Kazinskaya não se sentia seguro.

“Tive apenas dois pensamentos. Primeiro, preciso de primeiros socorros porque não consigo respirar. Tive queimaduras nos pulmões e um ataque de asma. E o segundo pensamento foi que preciso ficar o mais longe possível do prédio. .”

Às 20h31 ela deixou uma nova mensagem de áudio. “Estou vivo. Estou recebendo os primeiros socorros. Saí. Obrigado.”

Voltando para casa, Kazinskaya diz que apenas “abraçou todo mundo”. Agora, diz ela, levará muito tempo até que ela volte a ir a clubes ou grandes shows. Mas ela se conforta com a quantidade de apoio que recebeu.

“Acho que a própria sociedade precisa ser mais gentil”, disse ela. “Porque lembramos que somos humanos quando algo ruim acontece, mas precisamos ser humanos todos os dias.”

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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