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Guerra, reféns, anti-semitismo: um cenário sombrio para as celebrações da Páscoa deste ano

(AP) – A Páscoa é um importante feriado judaico, celebrado durante sete ou oito dias por ano, comemorando o êxodo dos antigos israelitas da escravidão no Egito, conforme narrado na Bíblia. Para muitos judeus, simboliza a liberdade e o nascimento de uma nação judaica.

Este ano, para muitos judeus, o feriado o humor será sombrio devido à guerra Israel-Hamas em Gaza e ao aumento de incidentes anti-semitas noutros locais.

QUANDO É A PÁSCOA ESTE ANO?

A Páscoa – conhecida como Pessach em hebraico – começa em 22 de abril. Por tradição, será celebrada durante sete dias em Israel e durante oito dias por alguns judeus no resto do mundo.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS RITUAIS E TRADIÇÕES DA PÁSCOA?

Para muitos judeus, a Páscoa é um momento de reunir-se com a família e contar o êxodo do Egito em uma refeição chamada Seder. Os judeus observantes evitam os grãos conhecidos como chametz, uma lembrança do pão ázimo que os israelitas comiam quando fugiram rapidamente do Egito, sem tempo para a massa crescer. O pão ázimo parecido com um biscoito pode ser consumido; a maioria dos pães, massas, bolos e biscoitos estão proibidos.

O QUE HÁ DE DIFERENTE ESTE ANO?

Para muitos israelitas, é difícil celebrar uma ocasião centrada na liberdade, quando alguns dos seus compatriotas ainda são mantidos como reféns pelo Hamas em Gaza. A situação dos reféns repercutiu em todo o mundo, com algumas famílias da diáspora judaica pedindo aos rabinos que lhes fizessem orações adicionais para o Seder deste ano. Outros criaram uma nova Hagadá, o livro lido durante o Seder, para refletir a realidade atual.

Espera-se que muitas mesas do Seder, em Israel e em outros lugares, tenham assentos vazios, representando os mortos ou feitos reféns no dia 7 de outubro, bem como os soldados incapazes de voltar para casa para a Páscoa.

Há também uma preocupação intensa, em alguns países, sobre uma aumento recente de incidentes anti-semitas.

A Liga Anti-Difamação, sediada nos EUA, afirma ter registado 8.873 incidentes de agressão anti-semita, assédio e vandalismo em todo o país em 2023 – um aumento de 140% em relação a 2022 – com a maioria dos incidentes a ocorrer após o ataque do Hamas a Israel, em 7 de Outubro. Na quarta-feira, a ADL e outras organizações judaicas participaram de um webinar “Páscoa Sem Medo”, com o diretor do FBI, Christopher Wray, e vários especialistas em segurança oferecendo orientação sobre como manter a época da Páscoa segura e tão acolhedora quanto possível.

O evento foi organizado pela Secure Community Network, que fornece recursos de segurança e proteção para centenas de organizações e instituições judaicas em toda a América do Norte.

“Não é hora de pânico, mas é hora de vigilância contínua”, disse Wray, acrescentando que o FBI estava particularmente preocupado com a ameaça representada por “atores solitários”.

O QUE RABINOS E Estudiosos DIZEM?

“O Seder deveria ajudar-nos a reviver a escravatura passada e a libertação do Egipto e a aprender as suas lições, mas em 2024 também deve colocar questões contemporâneas sobre o presente confuso e traumático e, o mais importante, gerar esperança para o futuro.” — Noam Zion, membro emérito do corpo docente de estudos judaicos do Instituto Hartman em Jerusalém.

“No Seder fazemos questão de comer ervas amargas, para relembrar as dificuldades do passado, e também de beber vinho e comer os alimentos da liberdade. É uma mistura – uma refeição repleta de discussões que confronta os desafios de ser judeu ao longo da história e de ser judeu hoje.” — Rabino Moshe Hauer, vice-presidente executivo da União Ortodoxa, uma importante organização judaica com sede nos EUA.

“Que momento desafiador este é para o povo judeu. Sentimo-nos tão sozinhos… Há tanto cinismo no mundo, tanta desesperança. Precisamos da Páscoa agora mais do que nunca. É uma história que termina em liberdade e alegria.” — Rabino Noah Farkas, presidente e CEO da Federação Judaica da Grande Los Angeles.

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A cobertura religiosa da Associated Press recebe apoio através da AP colaboração com The Conversation US, com financiamento da Lilly Endowment Inc. A AP é a única responsável por este conteúdo.

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