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Colômbia corta laços com Israel por causa de campanha “genocida” em Gaza

Colômbia corta laços com Israel por causa de campanha 'genocida' em Gaza

Mais de 34 mil pessoas foram mortas em Gaza desde Outubro, em retaliação israelita contra o Hamas.

Bogotá:

O presidente Gustavo Petro disse na quarta-feira que a Colômbia romperá os laços diplomáticos com Israel, cujo líder ele descreveu como “genocida” na guerra em Gaza.

“Amanhã (quinta-feira) as relações diplomáticas com o Estado de Israel serão rompidas… por ter um presidente genocida”, disse Petro num comício do Primeiro de Maio em Bogotá – referindo-se ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Petro tem sido um duro crítico do ataque a Gaza que se seguiu a um ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 7 de Outubro, resultando na morte de cerca de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo dados israelitas.

Militantes do Hamas também fizeram cerca de 250 reféns, 129 dos quais permanecem em Gaza, incluindo 34 que Israel afirma estarem supostamente mortos.

A ofensiva retaliatória de Israel matou pelo menos 34.568 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o ministério da saúde no território controlado pelo Hamas.

Na quarta-feira, Petro disse a milhares de apoiantes que o mundo não pode aceitar “o genocídio, o extermínio de um povo inteiro”.

“Se a Palestina morrer, a humanidade morre”, disse ele, sob fortes aplausos da multidão, alguns dos quais hasteavam bandeiras pró-Palestina.

Israel respondeu descrevendo Petro como “anti-semita e odioso” e dizendo que a sua posição equivalia a entregar uma recompensa ao Hamas.

“O presidente colombiano prometeu recompensar os assassinos e estupradores do Hamas – e hoje ele cumpriu”, disse o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, no X.

“A história lembrará que Gustavo Petro decidiu apoiar os monstros mais desprezíveis que a humanidade conheceu, que queimaram bebês, assassinaram crianças, estupraram mulheres e sequestraram civis inocentes”, acrescentou Katz.

– ‘Alimentando o anti-semitismo’ –

Em Outubro, dias após o início da guerra, Israel anunciou que estava a “suspender as exportações de segurança” para a Colômbia depois de Petro ter acusado o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, de usar uma linguagem sobre o povo de Gaza semelhante à que os “nazis disseram dos judeus”.

Na altura, Israel acusou Petro de “expressar apoio às atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas, alimentando o anti-semitismo” e convocou o embaixador da Colômbia.

Posteriormente, Bogotá exigiu que o enviado de Israel deixasse o país sul-americano.

Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, também afirmou que “os povos democráticos não podem permitir que o nazismo se restabeleça na política internacional”.

Em Fevereiro, suspendeu as compras de armas israelitas depois de dezenas de pessoas terem morrido numa luta por ajuda alimentar no território palestiniano devastado pela guerra – um acontecimento que ele disse ter sido “chamado de genocídio e que lembra o Holocausto”.

As forças armadas da Colômbia, envolvidas num conflito de décadas com guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direita e cartéis de droga, utilizam armas e aviões de fabrico israelita.

O país tem uma história de fortes relações diplomáticas e militares com Israel e os Estados Unidos.

Petro saiu em apoio ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que também atraiu a ira de Israel ao dizer que sua campanha em Gaza “não é uma guerra, é um genocídio”.

A Colômbia e o Brasil apoiaram a queixa da África do Sul contra Israel ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia, alegando que o ataque a Gaza constituía uma violação da Convenção do Genocídio.

A manifestante colombiana do Primeiro de Maio, Sandra Gutierrez, uma professora de 38 anos, saudou o anúncio do seu presidente na quarta-feira.

“Não se pode ser cúmplice dos assassinos”, disse ela à AFP na Plaza Bolívar.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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